AS 3 LEIS SISTÊMICAS DA VIDA FAMILIAR

Conheça agora os principais conceitos que regem a prática no mundo sistêmico, aplicados em atendimentos terapêuticos individuais ou coletivos, consultorias, capacitações profissionais, enfim, são saberes que o pai da teoria e metodologia sistêmica, o psicoterapeuta Bert Hellinger, nos presenteou. Saiba que, estes conhecimentos podem ajudar você, a sua família e a sua vida profissional a se tornarem mais saudáveis e producentes, pois são a base para um olhar mais analítico e ao mesmo tempo sensível aos seus conflitos e dificuldades: estamos falando das leis naturais imprescindíveis à nossa vida.

A primeira é a lei do Pertencimento. Todos nós pertencemos e temos o direito de pertencer a um sistema familiar. É muito importante ter a consciência de que ninguém pode ser excluído, pois quando isso acontece cria-se uma dinâmica de exclusão que se mantém através do DNA por gerações na família. O nosso DNA registra todas as nossas emoções que são as memórias genéticas da transgeracionalidade, já comprovado cientificamente, (Rupert Sheldrake) sendo passadas de uma pessoa para outra por gerações sem que percebam. A exclusão de um membro na família é algo tão forte que pode acarretar, por exemplo, dificuldades de aprendizagem nas crianças mais novas e que vão nascendo, dificuldades no desempenho profissional dos adultos, problemas em exercer funções como pai ou mãe e etc., pois são crianças e adultos que carregam consigo os sintomas da falta do sentimento de pertencimento com a própria família. Mas, quando os adultos/pais recebem o suporte necessário para realmente identificarem o que está acontecendo com eles e com os seus filhos, e incluem o membro excluído (feita por diferentes formas), todos sobretudo as crianças da última geração ficarão bem.

Já a segunda lei é a da Hierarquia. Quem veio primeiro sempre prevalece. Segundo a lei da hierarquia, o indivíduo compreende que nunca poderá ser maior do que os seus pais, por exemplo, pois estes precedem a sua existência e são maiores pelo princípio de que foram eles que lhe passaram a vida. Isso não significa que você possui uma dívida com eles, mas devem ser aceitos e você deve honrar a vida que recebeu. Podem não ser pais perfeitos, até porque isso não existe, e talvez tenham cometido muitas falhas, ou então você nem os conhece, porém, você não deve culpá-los pelo que deixaram de fazer, e sim compreender que eles só passaram aquilo que tinham e o que podiam naquele momento. Quando você deixa de julgar o seu pai e a sua mãe, você se liberta e se fortalece, e quando os reconhece em seus lugares de direito, você leva a força deles consigo aonde quer que você vá. A força de nossos pais atua e nós com maior intensidade quando os aceitamos como são.

Por fim, a terceira lei é a do Equilíbrio, a relação entre o dar e o receber. Na vida adulta entende-se que uma relação equilibrada entre as pessoas prevê uma linha horizontal de trocas, pois, tudo o que precisamos, seja na vida material ou emocional, envolve uma ação ou produto versus remuneração ou troca. Quando eu necessito de algo, eu compro e pago por isso. Quando me fazem um elogio, eu recebo, e, consequentemente, devo também ser agradável no meu entorno para construir e perdurar relações de amizade. Contudo, entre o adulto e a criança, não existem condições igualitárias para que o menor consiga dar algo em troca por aquilo que necessita para sobreviver, e apenas nesta situação que pressupõe-se uma relação vertical, em que a criança apenas recebe do adulto até que cresça e também se torne uma pessoa adulta e possa estabelecer suas próprias relações horizontais. É fato concluir que a prática de relações equilibradas nos faz pessoas mais saudáveis.

Diante do exposto, lembre-se de que todas as irresoluções das três leis sistêmicas quando experenciadas na infância geram traumas que podem nos acompanhar por toda a vida adulta. Então, eu te pergunto: você tem olhado para as suas questões internas ou tem as ignorado? E você, na condição de pai e mãe, tem olhado para o seu filho? Quando o filho apresenta um sintoma é porque algo no sistema está errado e precisa ser visto.  O que que o meu filho está querendo me dizer? Quais os incômodos e reais dificuldades no meu sistema familiar que eu não tenho dado devida atenção? Com isso, eu gostaria de acentuar ainda mais a importância de seguirmos as leis sistêmicas em nossa vida para garantirmos maior bem-estar, harmonia e satisfação pessoal, principalmente para você que nunca ouviu falar deste campo de atuação profissional inovador, a Terapia Sistêmica Familiar, que vem ganhando cada vez mais espaço na sociedade brasileira.

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