Pais com depressão e comportamento suicida: O que isso reflete nos filhos?
A primeira relação que temos na vida é com a nossa mãe. A forma como isso acontece definirá todas as outras relações e experiências que tivermos. A mãe é o primeiro amor e a nossa maior referência de função materna.
Sistemicamente, todos nós temos a função materna internalizada antes mesmo de nos tornarmos pais e mães. Sim, todos. Homens e mulheres. Ambos possuem a função materna em si. Porém, dependendo do relacionamento sistêmico com nossos pais, vamos ter ou não prazer em desempenhar essa função. Se tivemos desprazeres ou ausência da função materna, naturalmente, será muito difícil e pesado desempenhá-la mais tarde.
Mas, é válido sabermos identificar que mãe é a mulher, que nos deu à luz, já a função materna é dar segurança, acolhimento e afeto. Sendo assim, nem todas as mães conseguem passar para o filho em seus braços as necessidades básicas que ele necessita, principalmente quando em estado de depressão e comportamento suicida. Por vontade própria? Claro que não. É por sofrimento interno e conflitos com a função materna existente dentro dela, advinda de possíveis traumas no decorrer de sua vida. E, na ausência da mãe, o pai ou tio pode realizar a função materna de proteger, cuidar e dar segurança, contudo, este também pode ter dificuldades a depender de suas referências maternas.
Portanto, pais com depressão estão tentando matar a função mãe de dentro de si. A primeira referência de função que pode ter sido traumática a ponto de refletir no seu cotidiano atual e até mesmo inconscientemente lhe causar dor. Pais que não aceitam em si a função materna, são suscetíveis à depressão, porque precisam de alguma forma matar a função internamente, caindo numa autossabotagem.
É possível identificar se estou nesta situação com facilidade? Não. É preciso um atendimento de qualidade com bons profissionais na área Sistêmica para chegar a esse entendimento, ou melhor, trazer o inconsciente para o consciente. Young já dizia, “até que você se torne consciente o seu inconsciente vai dirigir sua vida e você vai chamar de destino”.
Mas, é possível se atentar para alguns sintomas e procurar ajuda profissional. Por exemplo, “minha mãe teve depressão e eu também tenho”. Isso se chama ‘fidelidade ao sistema’, preciso e necessito fazer igual. Se você consegue identificar essas permanências em sua família, está na hora de dar um passo para a libertação do seu sistema.
Além do mais, as pessoas tem a falsa ilusão de que as crianças não possuem sentimentos complexos, mas elas são capazes de sentir muito mais que os adultos e sabem tudo o que está acontecendo no sistema familiar, sofrendo junto.
Uma criança que tem pai e mãe depressivos entende dentro dela que precisa fazer algo por eles, e assim o faz, mesmo sendo um pequeno bebê indefeso ele sente, “preciso cuidar da minha mãe e protegê-la”. Começa, então, a carregar com ele a dor de sua mãe ou de seu pai, pois possui um amor cego por eles e é por amor que também carrega os problemas consigo.
De onde tiro essas informações? Dos vários livros que já li de Bert Hellinger – Alemão e psicoterapeuta, que é o Cocriador das Terapias Breves de Constelações Familiares Sistêmicas. Segundo Hellinger, “o amor cego (da criança) leva a condutas como vício, o perigo do suicídio ou comportamento agressivo. Mas, essas condutas e situações de perigo tem a ver com a vontade de se responsabilizar por algo dos pais.”
E também, claro, de meu mestre Fernando Freitas, que me ensina a como me posicionar como Terapeuta e Consteladora diante de situações como estas. Estudo a 5 anos as Constelações com o Dr Fernando e por conta disso me tornei facilitadora do Curso Consciência Sistêmica Noroeste Paulista, para que outras pessoas possam entender essas dinâmicas e viverem uma vida mais leve de acordo com as leis da natureza.
Desenvolvi também um curso que se chama “Encontrando seu lugar e sua força como pais”, e neste curso todos que naturalmente e obviamente são filhos, conseguem visualizar dinâmicas que vivenciam ou vivenciaram em suas famílias, conseguem se ver como pais e como os filhos sentem seu sistema, sendo excelente também para profissionais que trabalham com sistema familiar. Eu agora te convido a participar caso tenha se identificado com o que foi falado aqui neste tema tão urgente e necessário explorarmos. Um curso totalmente online. Basta enviar um e-mail para [email protected], que entraremos em contato.
Para sermos justos com nossos filhos, precisamos nós mesmos cuidarmos e olharmos para nossas questões, que doem, mas nos libertam, caso contrário, nossos descendentes, filhos ou netos por amor ao sistema, vão se sacrificar em nosso lugar, para demonstrarem seu amor cego por nós.